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Foto do escritorHelena Magalhães

Últimas leituras


Algumas das minhas últimas leituras que recomendo – quer para oferecer, quer para compras pessoais.

1) Bonita Todos os Dias, de Victoria Ceridono e publicado pela Arena em Portugal – Quando a Vic esteve cá em Portugal, não tive a oportunidade de estar com ela (por vários contratempos de trabalho) mas ela acabou por me assinar um livro e a editora deixou-mo na redacção – o que me fez dar pulinhos de alegria. Já toda a gente sabe que é um livro de beleza com imensas dicas práticas (e muito terra a terra que, geralmente, os livros de maquilhadoras falham) e ganha pelas ilustrações e fotografias que são lindíssimas.

2) A Padeira de Aljubarrota e a Marquesa de Alorna de Maria João Lopo de Carvalho, publicados pela Oficina do Livro – são os dois romances históricos portugueses, com referências à corte Portuguesa (o primeiro, durante o sec. XIV e o segundo acompanham o final do sec. XVIII e sec. XIX) e onde a ficção se mistura com a realidade em histórias e descrições que nos fazem entrar naquela época e reviver acontecimentos que, eventualmente, já ouvimos falar. Os romances históricos são, sem dúvida, os meus favoritos e nuuuuuunca me canso deles porque não só nos permitem ter acesso a descrições pormenorizadas da sociedade de outras épocas, como, neste caso, possibilita-nos mergulhar na sumptuosidade das Cortes, nos acontecimentos históricos e nas componentes sociais que marcaram a nossa história. Ao contrário do que podem estar a pensar, estes dois de Maria João Lopo de Carvalho não são nada chatos e a narrativa é tão intensa que ficamos presos à história ao fim de cinco ou seis páginas.

3) Sexo e a Cidade de Candace Bushnell, publicado em Portugal pela Oficina do Livro – um namorado, há alguns anos atrás, deu-me este livro e, na altura, li-o sem lhe prestar grande atenção mas a suficiente para perceber que a série propriamente dita não tinha nada a ver com o livro que lhe serviu de inspiração. Só o nome de algumas personagens e algumas situações é que foram transportadas para a série. O livro é narrado por uma personagem que nunca chegamos a conhecer, e não pela Carrie. Encontrei-o numa caixa há umas semanas e li-o em três ou quatro dias – mais numa de fazer pesquisa de mercado para os meus próprios escritos. Quando o livro foi lançado, em 1996, foi um arroubo. Mas, à luz de quase 20 anos depois, achei-o apenas cliché e demasiado totó, com demasiadas descrições forçadas de sexo e uma sociedade Nova Iorquina com dinheiro, festas e celebridades. Não deixa de ser uma leitura leve e divertida para quem se procura distrair.

4) O Filho Perdido de Philomena Lee de Martin SixSmith, publicado pela editora Planeta. A razão por o filme ter sido nomeado para os Óscares do ano passado é exactamente porque conseguiu transmitir a emoção que o livro em si já transmite. Baseado numa história verídica, aborda o escândalo do macabro negócio da venda de bebés aos olhos da Igreja Católica. Se gostam de dramas e leituras intensas, este é um livro que vale mesmo muito a pena e que mostra como os laços entre uma mãe e um filho dificilmente podem ser quebrados.

5) A Herdeira Acidental de Vikas Swarup, publicado pela ASA – Se já gostaram do livro Quem Quer Ser Biolionário (e do filme que é maravilhoso e ganhou, na altura, 8 Óscares), neste romance o autor segue a mesma linha de inspiração, com imensas mensagens por trás de cada desafio e que mete à prova o carácter das personagens. O que mais gosto são as descrições de Nova Deli, na Índia, e a forma como conseguimos mergulhar na sociedade e na cultura indiana. Neste romance, cada capítulo é um desafio que a personagem principal tem de cumprir – sem saber – e que levam a um final inesperado.

6) Anna Karenina de Tolstoi, publicação vintage da Europa-América – este é um clássico que dispensa apresentações, certo? Voltei a lê-lo porque a minha mãe me ofereceu esta edição vintage (outra coisa que adoro, edições antigas de livros). Há 2 tipos de livros que gosto: romances históricos (como disse lá em cima) e romances épicos (onde se incluem todos os clássicos). O que mais gosto em Anna Karenina é que Tolstoi faz uma descrição da sociedade russa da época que podia, sem dúvida, aplicar-se aos dias de hoje: traições, dinheiro, convenções sociais e poder. Podíamos pensar que o adultério e a traição seriam o foco deste romance, mas não. Não foi o adultério que levou à infelicidade mas sim o facto da relação de Anna com Vronsky se basear numa relação carnal. Em contrapartida, Tolstoi mostra-nos a relação de Kitty e Lévin, baseada no respeito mútuo, confiança e sacrifício e o seu sucesso final. Esta acaba por ser a moral de Anna Karenina. Há outro ponto interessante em Anna Karenina de que me lembro muitas vezes: quando Anna conhece Vronsky, na estação de comboios, recebem a notícia de que um dos trabalhadores da estação caiu na linha e morreu. Anna, na altura, sente um mau presságio. O livro termina (alerta de spoiler) exactamente com Anna a suicidar-se e a atirar-se para a linha do comboio. O que quero dizer é que, muitas vezes, a vida dá-nos sinais de que aquelas pessoas não são boas para nós mas, recorrentemente, tendemos a ignorá-los. Na primeira vez que estive com o idiota de Madrid, tive um ataque de ansiedade no carro de madrugada. Por um lado, a atitude dele tão calma e reconfortante, fez-me vê-lo com outros olhos. Mas por outro, era um sinal óbvio do meu corpo de que devia ir-me embora, prego a fundo e bye bye.

Já leram algum destes? O que acharam? Partilhem as vossas opiniões 🙂

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