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Foto do escritorHelena Magalhães

Um mês sem glúten: a mudança gradual, algumas dicas e uma app que ajuda nas compras


Em Maio escrevia eu sobre algumas mudanças alimentares ou modismos que, por vezes, podem ser irracionais e agora sinto-me quase uma fraude a contradizer-me. Lembro-me de estar com a nutricionista do Jumbo a falar sobre estes temas e de desdenhar das modas do glúten-free. “Eu como tudo”, disse-lhe, enquanto ela me mostrava alternativas de bolachas mais equilibradas. Mal sabia eu que três semanas depois a minha mãe iria ser operada de urgência à tiróide e, na semana seguinte, iriam aconselhar-me a retirar o glúten da minha alimentação durante seis meses. O objectivo é ver se a tiróide responde e, então, diminuir a dose de hormona que tomo diariamente (que, infelizmente, neste momento é a dose mais alta que já tomei em dez anos).

Assim, eis que me vejo dentro deste universo da alimentação sem glúten. Algo que, confesso, jamais me imaginei a fazer. Hoje – um mês depois de ter feito a mudança gradual – já consigo falar nisto. Mas a primeira semana não foi fácil. Porque tudo me era estranho, tudo me fazia confusão, tudo me sabia mesmo mal e a verdade é que uma grande parte da minha alimentação era à base de glúten sem sequer me aperceber porque nunca liguei a nada disto. Sempre comi muito pão, muitas bolachas e muita massa. Quase numa base diária. Hoje brinco e digo que estava intoxicada de glúten e nem sabia.


A mudança de uma alimentação normal para uma alimentação sem glúten

Num primeiro impacto, foi um alívio perceber que já há muitas alternativas ao glúten e, acima de tudo, muita variedade. Talvez não em todos os supermercados (e não naqueles mais pequenos) mas, quando fui ao Jumbo, fiquei aliviada com o corredor enorme que existe. Aquilo que mais me preocupava era mesmo a questão do pão e das bolachas – porque estou muitas vezes em trabalho fora e levo sempre lanches e marmitas, normalmente fruta, pão e bolachas, coisas que posso ir petiscando. E como não posso comer ovos, os meus pequeno-almoços são muito simples: torradas, iogurte, fruta, chá e por aí. Não há cá panquecas da moda para ninguém.


A primeira troca de bolachas ditas normais (e eu era viciada em bolachas de manteiga) para alternativas sem glúten foi estranha. As bolachas Maria sem glúten, por exemplo, pareceram-me muito doces e enjoativas, parecia que se empapavam dentro da boca enquanto as mastigava. A massa sem glúten tinha uma textura esquisita e um sabor adocicado que não me convenceu. E o pão… não queria acreditar que só existiam opções em género pão-de-forma embalado e com prazos de validade de cinco meses (ou seja, cheios de conservantes) que, para mim, jamais seria uma opção. Porque nunca gostei de pão-de-forma e não era agora que iria começar a gostar.

Durante a primeira semana dramática, vivi tudo isto com uma enorme cólera e dava por mim a pensar que não entendia porque razão as pessoas faziam estas escolhas por opção ou por modas. Tolas, imaginei-as eu. Mas a verdade é que, em poucos dias, já estava praticamente habituada e – algo que na altura me pareceu quase impossível – o meu próprio corpo começou a adaptar-se ao sabor de tudo. As bolachas Maria que me enjoaram sabem-me agora perfeitamente normais. A massa já me parece massa banal como a que sempre comi. E o pão… há tantas opções de pão sem trigo feito em padarias e com tantos sabores que, hoje, quem me parece tolo é quem come o pão branco cheio de farinha que eu também comia. O Jumbo tem um carrinho de pão que vem de fora, como o da miolo, com um prazo de três ou quatro dias como o pão normal e com vários sabores. Já provei vários: de quinoa, de batata doce e milho, com cereais, espelta… Agora até já gosto de quase todos e sabem-me a pão normal.

Adoptar uma alimentação mais natural, bio e equilibrada

Sabem o que deixei de fazer quando o médico me aconselhou a cortar a sério – a sério mesmo – com açúcares, produtos processados e químicos? Deixei de comprar sumos. Nem é que bebesse refrigerantes porque nem gosto. Mas bebia muitos sumos de frutas, ice tea e águas de sabores que, enfim, a verdade é que têm muito açúcar.

E se são como eu, provavelmente também dão por vocês dizer que vão mudar mas os dias passam, as rotinas estão enraizadas e é mais fácil comprar um sumo já embalado. Há praticamente um mês que não bebo uma bebida embalada. Tenho feito os meus próprios sumos todos os dias com frutas e legumes e águas também, com limão e gengibre, para beber durante as refeições. Não é para emagrecer nem para perder peso ou qualquer objectivo profundo. É apenas para deixar de beber bebidas com açúcar.

O Jumbo tem fruta fresca e já partida disponível todos os dias, que são as que compro para fazer sumos e também comer fora de casa. Isto porque para mim, que moro sozinha, não me compensa comprar um melão inteiro, como podem imaginar. A não ser que esteja a beber e a comer melão todo o santo dia. Costumo comprar ananás e melão já partido e tudo o resto compro na secção bio: maçãs, cenouras, morangos, mirtilos, amoras, bananas e outros alimentos que decidi deixar de comprar na secção normal.


Não posso deixar de referir três pessoas que, neste processo, me deram tantas dicas: a Vera Dias Pinheiro que tem intolerância ao glúten e me ajudou a conhecer alternativas e foi comigo às compras na primeira vez; a Paula Cordeiro que é hiper saudável, yoga lover e falou tanto da fruta com químicos e das razões por que só comia fruta biológica; e a Ashley, uma enfermeira portuguesa que vive em NY e que, tal como a minha mãe, foi operada à tiróide e que também me ajudou e incentivou nesta mudança, principalmente com o seu testemunho.

A verdade é que não estamos sozinhos no mundo e se há algo bom a retirar das redes sociais e do digital é esta facilidade em nos conectarmos com outras pessoas. Tal como elas me ajudaram a mim, espero com este post ajudar alguém que esteja desse lado.

Uma app que facilita as idas ao supermercado, as listas de compras e até o pagamento

Nós, que somos jovens, adaptamo-nos mais facilmente a estas novas rotinas. Para a minha mãe, que também foi aconselhada a retirar o glúten, foi mais difícil. Principalmente nas compras, dado que ela já fazia tudo praticamente em piloto automático. E estava muito habituada às coisas ditas normais que sempre comprou e consumiu.

Assim, uma das coisas que fiz com ela foi instalar a app do Jumbo nos nossos telemóveis, para lhe poder passar a lista de compras das coisas que agora trocámos e ela, sempre que for às compras, saber o que trazer sem ter de estar ali à procura de tudo. E, não querendo soar preguiçosa, esta app também me facilita a vida porque confesso que nem sempre me apetece ir às compras e, normalmente, dou-lhe a lista do que preciso e ela traz-me. Quem tem uma mãe… tem tudo.


Até eu, que sou pouco dada a tecnologias e prefiro ter tudo escrito à mão, achei a app bastante intuitiva e útil. Basta ler o QR Code à entrada das lojas Jumbo e depois, com a app, ir fazendo o Scan Express e registando os produtos através da leitura do código de barras. No final, não é necessário tirar os produtos do carrinho. É só pagar, sem filas, nas caixas do Scan Express.

Outra vantagem – e a minha favorita – é a lista de compras, claro. No meu telemóvel, faço a lista dos produtos que quero e, através da app, partilho a lista com a minha mãe (que fica na app dela). Nessa lista, ela consegue ver também as fotografias dos produtos e o preço para depois, durante as compras, saber identificar quais são. E saber aquilo que quero.

Podem ver a app aqui.



Só têm de passar o QR Code em todos os produtos que querem comprar e eles ficam registados imediatamente na app.


A minha mãe com a minha lista de compras no telemóvel dela ehehehe.


O pão sem glúten não deve ser congelado pelo que, para se conservar melhor e por mais dias (para durar a semana toda), convém estar no frigorifico. Esta caixa de conservação própria para pão é do Jumbo.


Pão de Quinoa é o meu favorito. Com cereais e sabe a pão normal. Não é 100% sem glúten mas é sem trigo que é o pior.  Já não dou pela diferença.


O corredor das frutas frescas no Jumbo. Esta semana havia melão, meloa, kiwi, ananás e outros frutos tropicais. Mas está sempre a mudar, conforme a fruta da época.



Não sou fã do consumo de embalagens de plástico, como já falei, e só mesmo quando preciso para uma refeição rápida ou para fora é que compro estas saladas já feitas. Mas são as minhas favoritas, confesso, porque são sempre frescas e embaladas no dia. Para a fruta, também só compro ananás e melão, os dois frutos que nunca me compensa comprar um inteiro porque moro sozinha e não como assim taaaaanto. De qualquer das formas, todas estes produtos são embalados nas lojas e as caixas são feitas com plástico que pode ser reciclado (têm na tampa o símbolo).


E voilá: algumas das minhas novas bolachas que recomendo. Não digo que sejam opções saudáveis e volto a reforçar que muitos dos produtos sem glúten têm mais açúcar e gordura e é preciso saber equilibrar. Guardo também todas as bolachas, depois de abertas, em caixas herméticas de conservação (podem ver algumas aqui). Esta foi a primeira marca de massa que comprei mas não é a melhor. A da Milaneza é a mais saborosa.

Uma das condições de quem tem tiroidite de Hashimoto com hipotiroidismo, que é o meu caso, é a fome constante. Tenho de comer obrigatoriamente de duas em duas horas e nunca, nunca saio de casa sem a minha lancheira porque corro o risco de não ter comida por perto e sentir-me mal. As minhas opções para lanches fora de casa são sempre cenoura, queijos, bolachas e fruta. O que falta aqui na fotografia são as minhas bolachas favoritas de milho que sabem a pipocas e nas quais estou viciada. Mas quando tirei esta fotografia já as tinha comido e não tinha nenhuma embalagem em casa.

Post escrito em exclusivo para Auchan.

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