Gosto de histórias de amor. Não falo necessariamente de ficção, filmes ou livros. Gosto simplesmente de conhecer histórias de amor. Foi exactamente por isto que este vídeo me encheu de sorrisos enquanto o via. Do principio ao fim, conseguimos entrar dentro da história da Amanda e do Adam, como se fossem duas pessoas que fizessem parte da nossa vida. A forma banal como se conheceram e as experiências que viveram. E eu gosto disso. Gosto de encontrar a banalidade e a casualidade nas histórias de amor mais bonitas que conheço. É uma prova viva de que o amor está ao virar da esquina, por mais cliché que seja. Porque vivemos constantemente à procura de ficção e de flores, chocolates e poesias no amor, que nos esquecemos de, simplesmente, olhar à nossa volta e vê-lo a espreitar nas atitudes mais banais que podemos ter. No outro dia, a Marta dizia-me que as histórias não podem ser forçadas. Mas pedir o número de telefone a alguém num bar, mandar-lhe uma mensagem no Facebook ou pedir a alguém que nos apresente outro alguém não são situações forçadas que se tornam banais? Estamos sempre a forçar-nos a nós próprios para agir. E é exactamente isso que torna a forma como as histórias se constroem uma banalidade. Ou como se estivessem predestinadas a acontecer. Há alguns anos, descíamos o Cais do Sodré entre amigas quando o Angelo se juntou a nós para poder passar a noite com a Patrícia, depois de uma troca de mensagens. Passei a noite a gozar com ele por ser um cavalheiro no meio de mulheres a fazer tudo o que pedíamos e, a dada altura, a segurar os nossos casacos. Foi a coisa mais engraçada que vi alguém fazer por… “amor”. E foi tão banal e despropositado que não me espanta que se tivessem tornado num casal até hoje. As rosas, as poesias e os chocolates vieram mais tarde mas o amor nasceu ali, naquela noite despropositada e banal em que um tipo se juntou a nós.
Já perdi a conta aos tipos a quem virei a cara em bares, aos tipos a quem não respondi a mensagens no Facebook ou aos tipos a quem simpaticamente sorri por me terem sido apresentados por pessoas que conheço mas a quem, depois, ignorei por completo. E provavelmente a culpa até nem é minha. Somos constantemente bombardeados por fantasias por todo o lado. Provavelmente, o homem dos meus sonhos já passou por mim e eu ignorei-o porque ele estava bêbado num bar.
É exactamente por isto que gosto da banalidade e gosto de conhecer histórias de amor. Fazem-me acreditar que (ainda!) nada está perdido. Que há alguém por aí tão banal quanto eu à espera de me encontrar numa esquina de um bar que eu não vou querer ir.
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