Quando se pensa em ir de férias com alguém – acreditem – a coisa não é tão linear assim. Uma coisa é o tempo que passamos com os nossos amigos no dia-a-dia. Algumas horas, umas noitadas aqui e ali, umas festas, almoços, jantares, fins de semana na praia. Outra coisa é passar 24/7 com amigos e ter a certeza que ninguém se vai chatear. Porque é isso que vai acontecer ao fim de três dias a dormir e a acordar juntos. Há muitos amigos que são das pessoas mais importantes da minha vida e com os quais não quero passar férias. Isso não significa que não goste tanto deles – significa que sei que temos gostos muito diferentes e que o caldo vai entornar mais cedo ou mais tarde.
Nós somos seres interessantes – temos feitios, temos dias não, temos manias, temos preconceitos, temos hábitos, temos rotinas… e juntar todas estas coisas de pessoas diferentes não é fácil. É por isso que só nos casamos com uma pessoa e só vivemos com uma pessoa. É aquela que, em última análise, tem paciência para nos aturar. No meu caso e da Miranda, foi uma aposta segura porque somos muito parecidas a nível de feitios e tínhamos planos de férias iguais. Se ela quisesse ir para o Algarve para ir para os copos à noite (coisa que eu não queria), a coisa tinha estalado. Quando pensarem em fazer férias com alguém, pensem nisto: no que querem fazer nesses dias, quais são os vossos planos e se a pessoa ou pessoas com quem vão procuram o mesmo que vocês. Só para ninguém se chatear quando um quiser acordar as 9h para ir para a praia e o outro quiser dormir até às três da tarde porque veio dos copos às seis da manhã. Ou quando um quiser ir passear pela cidade e ver todos os museus abertos e o outro quiser ir para uma esplanada beber copos.
Alguém já teve más experiências em férias?
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