Este mês de Março foi absolutamente alucinante – não de uma forma física. Refiro-me à parte emocional. Toda a tensão do lançamento do livro, no dia 10, seguida da apresentação, no dia 16, foi completamente fora do meu registo natural e criou-me bastante ansiedade. Isto não corresponde à adolescente que obrigava as colegas de turma a dançar nas festas da escola e dava espectáculos dignos de Grammy no Karaoke aos sábados à noite mas a verdade é que, ao longo dos anos e à medida que me fui tornando adulta e consciente de mim própria, me tornei numa pessoa cada vez mais reservada. Estar no centro das atenções é algo que me incomoda bastante e faz com que não consiga ser eu própria – que é aquilo que procuro sempre ser em tudo o que escrevo. E isto até chega a ser contraditório – porque odeio pensar que me estou a tornar num adulto cada vez mais robotizado quando quero mesmo é ser livre, espontânea e natural.
Toda a gente que me conhece e foi à apresentação na Bertrand no dia 16 disse que estava muito contida. Que não me ri, não disse piadas nem fui simplesmente eu – que, no meu dia-a-dia, até sou bastante faladora e comunicativa. Quase ali com uma pitada de humor negro – exactamente como o livro. E eu adoro comunicar e partilhar ideias mas, na verdade, odeio falar em público sobre mim. Que era o caso. As pessoas queriam saber mais sobre o livro, sobre a minha experiência, sobre os bastidores das histórias e eu simplesmente não sabia o que dizer porque, na verdade, nem sabia por onde começar nem de que forma me expressar.
Então, esse é o motivo porque não quero ir a outras cidades fazer apresentação do Diz-lhe Que Não, como leitoras do Porto e do Algarve já pediram. Porque me vai ser emocionalmente penoso expor-me e estar no centro das atenções a tentar falar qualquer coisa de jeito sobre o livro, sobre mim, sobre as experiências que inspiraram as histórias. Ah! Mas andas a ir a programas de televisão, podem estar a pensar. E é verdade mas acaba por ser num estúdio, com câmaras e em registo de conversa informal e não necessariamente com dezenas de olhos postos em mim – que é, essencialmente, o que me cria bastante ansiedade. Até já me inscrevi num curso do Cenjor sobre falar em público a ver se ganho algumas ferramentas que me deixem mais à vontade mas, por enquanto, o curso ainda não tem previsão de datas.
Em género de rescaldo, porque hoje é dia 3, o feedback tem sido incrível. E superou completamente as expectativas. Acabei de escrever o Diz-lhe Que Não em Setembro, ou seja, foram 6 meses de espera onde passei demasiado tempo a divagar e a alternar entre momentos em que acreditava que ia ser um sucesso por outros em que desanimava e me questionava até que ponto as pessoas iriam de facto querer comprar o livro. Porque eu sei que uma coisa é lermos textos gratuitos num blogue. Outra é querermos investir o nosso dinheiro numa compra. E, até hoje, todas as mensagens, fotografias e testemunhos que já me deixaram têm sido surpreendentes. Saber que o livro está realmente a ter impacto nas vossas vidas – que era o meu objectivo – foi a melhor conquista que poderia ter tido. E o passa a palavra tem sido incrível com pessoas de todo o lado a dizerem-me que leram isto e aquilo sobre o livro e o quiseram comprar. Que o viram nos destaques da loja X. Que foram à loja Y e estava esgotado. Que compraram online mas tiveram de esperar porque estavam sem stock.
Ainda não faço ideia de como estão as vendas nestes primeiros 20 dias mas, só por todo o vosso feedback, já tenho, pelo menos, uma noção pessoal de sucesso.
Continuem a mandar-me as vossas mensagens, as vossas fotografias e a passar a palavra. Obrigada por me estarem a dizer que sim.
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