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Foto do escritorHelena Magalhães

Plágio nos blogues



Vamos falar um pouco de plágio, sim? A partir do momento em que o digital se tornou uma forma massiva de informação disponível a qualquer pessoa, é (infelizmente) impossível fugir-se do plágio mesmo que indirecto – uma frase, uma ideia, um tema, uma opinião e, o visualmente mais fácil de identificar, uma fotografia.

Eu pessoalmente também me vou inspirando por aí. Acredito que todos inspiramos e somos inspirados por outras pessoas. Faz parte do ser humano.  Mas uma coisa é inspirar para, daí, obtermos a nossa própria ideia, outra coisa é copiar. E eu farto-me de ver blogues copiados uns aos outros. E além desse ser um dos grandes handicap dos blogues – a maioria é simplesmente mais do mesmo e com conteúdos iguais a toda a gente – é, desculpem-me, chato para caraças. E já nem vou falar dos blogues que são cópias uns dos outros (posts iguais, produtos iguais, fotografias iguais, press releases iguais com zero inspiração, zero conteúdo próprio e zero vontade em ler mais).

O que eu quero de facto falar é do plágio de fotografias no instagram. Há quem tente imitar uma fotografia de alguém que goste (farto-me de ver, por exemplo, fotografias da Sara Cabido – que tem um Instagram maravilhoso – copiadas por outras bloggers) e há quem, simplesmente, faça um printscreen dessa foto, tente mudar o filtro e publicar, voilá, como se fosse sua. Ou tiram fotografias do Google e publicam mas isso já é outra praia.

E foi isso que uma blogger se lembrou de fazer com uma minha que, por acaso, eu vi. A diferença é que a fotografia foi tirada com a máquina fotográfica (e não com o telemóvel), foi editada com filtros pagos do VSCO e, em última análise, seria muita coincidência tudo na fotografia estar igual – até a posição dos ramos das plantas (com vento e tal…) e os candeeiros acesos. 

Deixo-vos analisar.


Mas como podia ser tudo uma grande, grande, grande coincidência, antes de a abordar para lhe dizer que, no mínimo, colocava o crédito da foto, a Sara Cabido fez uma sobreposição das fotografias no Photoshop e, enfim, eram a mesma foto.

Comentei a foto a dizer que os créditos eram bem-vindos (comentário que ela apagou), abordei a blogger em questão – que não vou dizer quem é porque nem merece sequer este tipo de publicidade gratuita nem sou a favor de lavar roupa suja em público – que, muito ofendida, continuou a dizer que a fotografia tinha sido tirada por ela. Vejam:


Bem, em primeiro lugar, a fotografia que ela me mostrou que tirou com o telemóvel dela e a que acabou por publicar (minha) não têm nada a ver em termos de qualidade para terem sido tiradas com o mesmo aparelho. E, em segundo lugar, falamos de um feed de instagram que não tem fotografias propriamente com a melhor das qualidades. Acabei por desligar do assunto e terminei a conversa com um conselho: tem mais cuidado com as cópias.

Ela podia ter pedido desculpa, ter dito que de facto gostou da minha fotografia e quis partilhar, podia ter feito mil e uma coisas que não ter-se assumido como autora desta coincidência porque, e vou só dar uma razão, eu não sou nada estúpida lol. Só isso. A foto é igual, sobrepusemos no Photoshop e é a mesma e, mesmo assim, ela continuou a bater na mesma tecla.

E este é o problema do plágio: é difícil de se assumir porque é um bocadinho vergonha alheia. Por outro lado, para quem é plagiado acaba por ser, vendo o lado positivo da coisa, um sinal de que até somos bons.

Esta blogger internacional explica neste post o que sentiu por ter copiado e plagiado um texto. Vale a pena ler porque, pelo menos, assumiu o erro. E bem, eu já vi textos meus (não só do blogue) copiados, roubados e pouco ou nada modificados por aí – não só em blogues. E é triste – fuckin triste. Só para vos dar um exemplo: quando escrevi o meu texto sobre viver com ansiedade, três ou quatro dias depois vi vários sites com “testemunhos” sobre viver com ansiedade. Nesse mês, uma revista fez destaque de capa “Viver com ansiedade”. Coincidência não? Quando abri para ler, muitas das ideias eram “idênticas” às que eu tinha escrito. Mas, infelizmente, ainda não há muita regulamentação nem formas de provar um plágio escrito (a não ser quando é literalmente copiado) e esta é uma zona muito cinzenta. A mim, apenas me dá confiança para continuar a escrever.

Estive bem? O que vocês teriam feito?

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