Este fim de semana, eu e a minha amiga Joana decidimos madrugar no Domingo e ir ao Palácio da Pena – enigmático palácio da nossa infância e uma das clichés visitas de estudo de qualquer escola. Para nós, Lisboetas, acaba por ser mais um roteiro turístico a que pouco ou nada ligamos. E sinto que isso é uma das principais falhas de quem mora aqui.
O Palácio da Pena – para quem não sabe – começou por ser um convento, construído por ordem de D. Manuel que se apaixonou por este lugar onde já existia um culto dedicado a Nossa Senhora da Pena. Grande parte do convento foi destruído no terramoto de 1755 e as ordens religiosas acabaram por se extinguir. Só em 1838 é que D. Fernando, o génio criativo por detrás de todo este Palácio, se iria apaixonar por Sintra e criar esta construção que representa o expoente máximo do Romantismo do séc. XIX em Portugal.
A localização não foi tão aleatória assim – foi pensado para poder ser observado de qualquer ponto do parque, floresta e jardins circundantes. E a sua disposição também não: D. Fernando imaginou-o mesmo cheio de elementos, terraços desnivelados, escadas em caracol, arcos e corredores assimétricos, onde o gosto pelo exótico e pelo oriental predomina nos interiores com decorações de inspiração árabe e egípcia.
Mais tarde, durante o reinado de D. Carlos, a família real ocupou com frequência o palácio – a residência favorita de D. Amélia – onde ficaria até à queda da Monarquia. Na noite de 4 para 5 de Outubro, D. Amélia dormiu a sua última noite no palácio, havendo registos da sua ida aos terraços para observar sinais de combates em Lisboa. Na manhã de 5 de Outubro, conhecido o triunfo da república, D. Amélia partiu para Mafra de onde seguiria com o filho para o exílio.
Com a República, o palácio foi convertido em museu. Diz-se que em 1945, de visita a Portugal, D. Amélia, a última residente da Pena, voltou ao (seu) palácio onde pediu para estar alguns minutos sozinha no seu antigo quarto.
A fila era enoooorme já às 10h30 da manhã (mas quando saímos, pela hora de almoço, era ainda maior por isso vale mesmo a pena madrugar e ver tudo com calma) e tivemos sorte com o sol. Mas não com o frio. Não cometam o mesmo erro que nós porque lá em cima torna-se intolerável. Há um autocarro, que custa 3€, que faz a viagem da bilheteira até lá acima mas para quem tem coragem – ou é forreta como nós – a subida faz-se bem a pé e acabam por ver um pouco dos jardins.
This weekend, Joana and I decided to get up early on Sunday and go to the Pena Palace – an enigmatic place of our childhood in Lisbon. The Pena Palace started in the middle age when a chapel dedicated to Our Lady of Pena was built on the top of the hill above Sintra. Much of this building was severely damaged by the earthquake of 1755 and the religious orders eventually became extinct. Only in 1838, King Ferdinand, the creative genius behind all this palace, fell in love with Sintra and decided to transform the remains of the monastery into a palace that would serve as a summer residence for the portuguese royal family.
The location of this palace was not random at all – it was thought to be able to be seen from anywhere in the surrounding areas. And King Ferdinand imagined everything: the uneven terraces, the spiral staircases, arches and asymmetric corridors where the taste for the exotic and oriental prevails in the details of the interiors with arabian and egyptian inspired decorations. Pena Palace would become the epitome of the Romanticism of the XIX century in Portugal.
Later, during the reign of King Carlos, the royal family often occupied the palace – the favorite residence of Queen Amelia – until the fall of the monarchy. On the night of 4th to 5th October, 1910, Queen Amelia slept her last night in the palace. On the morning, she went to the terraces to observe signs of fighting in Lisbon and when the triumph of the Republic was known, Queen Amelia left the country in exile with her son.
After the Republican Revolution in 1910, the palace was converted into a museum. It’s said that, in 1945, while visiting Portugal, Queen Amelia, the last resident of Pena, returned to (her) palace where she asked to be left alone a few minutes in her old room.
If you are visiting Portugal and Sintra, you better go early to the Palace as the queues are already huge at 10am (on weekends). Keep in mind that Sintra is a really cold town so make sure to have a warm coat because up in the terraces the cold is really intolerable (and yes, I was really freezing). There is a bus (which costs 3euros) that makes the trip between the ticket spot and the palace but for those who have the courage – or are cheapskate like us – the climb is not hard to do and you can enjoy a little bit of the gardens.
I Was Wearing: shirt, Zara; jeans, Primark; boots, Stradivarius; bag, Parfois; scarf, Jumbo Moda.
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