Acabei de ler os 2 volumes de Os Pilares da Terra. Já é um livro antigo, eu sei, mas só me chegou às mãos no início do ano. Demorei algum tempo a começar porque, confesso, uma história sobre uma catedral não me inspirou vontade alguma. Mas, após ler um pequeno prefácio sobre isto, ganhei coragem e, numa noite, sentei-me no sofá, com uma caneca de chá preto a ferver e comecei. Deixem-me que vos diga que, nessa noite, deitei-me já ouvia os pássaros lá fora. Só para que percebam este fenómeno, para quem ainda não conhece, os Pilares da Terra são um livro que, ao contrário do que Ken Follett esperava, não se tornou um grande romance como ele tinha idealizado. Foram-se-lhe fechadas portas porque toda a gente era da opinião unânime de que um romance sobre uma catedral não iria vender tanto quanto os seus policiais.
Este livro não ganhou qualquer prémio, não foi distinguido nem sequer nomeado para nada. E, para um escritor, pior que a crítica, é a indiferença. Que foi o que aconteceu um pouco por todo o lado. Excepto na Alemanha, onde atingiu a venda de 100 mil exemplares em hardcover. Passados alguns anos, Os Pilares da Terra começou a aparecer nas listas das obras há mais tempo nos lugares cimeiros de vendas. Ao serem analisadas as vendas nos EUA, viu-se que o livro vendia 50 mil a cada seis meses (em comparação com as restantes obras de Ken Follett que vendiam cerca de 25 mil em período igual). No Reino Unido, começou a constatar-se que a obra também vendia o dobro que qualquer outro livro do autor.
O que aconteceu? Os Pilares da Terra é um fenómeno que corre de boca em boca. Já lhe pediram centenas de vezes para escrever a continuidade e Ken Follett já disse que o vai fazer. Ao contrário de muitas das grandes obras que vendem por ganhar prémios e nomeações, este, que foi fadado ao fracasso, venceu pelas recomendações. Não se tornou um grande romance porque, na verdade, tornou-se um daqueles livros épicos e de leitura obrigatória.
Para quem me lê, se ainda não têm vontade de pegar nele, ganhem coragem porque vão ficar obcecados logo nas primeiras páginas. A obra começa com o enforcamento de um jovem e com uma maldição lançada aos perpetradores deste enforcamento na Inglaterra do séc. XII. Tudo o que viria a acontecer depois ficaria para sempre marcado por este assassinado injusto e a mudança na história de Inglaterra.
Já tenho comigo a mini-série, que vou começar a ver hoje. Já me disseram bem, já me disseram mal. Estou curiosa.
Para quem já leu, o que me dizem?
Os Pilares da Terra de Ken Follett, publicado por Editorial Presença.
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