Eis o que mais gosto, além de escrever e criar histórias que coloquem as pessoas a pensar: influenciar à leitura e à escrita. Então vou divulgando livros, livros, livros e tantas coisas giras de papelaria. Poderia falar de mil e uma marcas mas, depois, isto tornar-se-ia um catálogo. É por isso que vou sempre seguindo um fio condutor, tentando criar uma narrativa consolidada ao longo do tempo.
Uma das coisas que me passaram pela cabeça – enquanto tirava estas fotografias – era que isto ficava sempre igual. Ainda em Dezembro mostrei a coleção de material de escritório Skandi e agora estou aqui a mostrar uma nova colecção exactamente no mesmo sítio. Mas dei por mim a pensar que se esta é a minha mesa de trabalho, que outro sítio poderia usar? Quem mostra maquilhagem não usa sempre a mesma cara? E quem mostra roupa, não usa sempre o mesmo corpo? Eu mostro livros e material de papelaria para vos incentivar a escrever e, pois bem, tenho de usar sempre a minha secretária. Porque o importante nem é tanto o material em si – porque vai haver cadernos e canetas bonitas em qualquer altura do ano – mas sim o gesto de alguém se inspirar e ter vontade em levar um caderno para casa para simplesmente se sentar a escrever. E eu sei que escrever um diário pode parecer absurdo na vida adulta mas, acreditem, vale a pena. As memórias voam-nos da cabeça de uma forma assustadora e sem sequer darmos por isso.
Esta nova colecção de papelaria está muito romântica, exactamente por estarmos no mês do amor. Quando a vi disse a brincar: oferecer um peluchinho é tão anos 90, agora queremos é mesmo cadernos. E quase que senti o meu eu de 16 anos a puxar-me o cabelo lá do passado porque nessa altura tive um namorado que me deu um peluche enorme do Garfield e eu odiei, claro. Mas depois ofereceu-me um diário (era mais um caderno colorido e bonito como estes daqui) que eu escrevi todo e lhe ofereci no fim. Se ainda o tiver guardado, poderá agora enquanto adulto divertir-se a ler dois ou três meses da nossa inocente relação juvenil. A escrita tem o poder incrível de entrar pela nossa alma dentro e nos voltar a fazer sentir as emoções do momento. Ainda esta semana partilhei no Instagram alguns presentes meus que um outro namorado de adolescência encontrou na casa da mãe este fim-de-semana e me mandou fotografias para eu ver. E ele disse uma coisa bastante gira – que tinha estado a ler algumas das cartas (looooongas) que eu lhe escrevia e como isso o deixou bastante feliz. São pequenos momentos das nossas memórias guardadas naquelas folhas a que ele vai poder regressar sempre que lhe apetecer abrir essa gaveta da sua vida.
Talvez seja eu que tenha desde miúda este hábito de escrever as emoções e os sentimentos (lembram-se do Artur do livro? Pois bem, também ele levava com as minhas cartas no cacifo eheh). Mas gosto mesmo de partilhar este gosto com as outras pessoas.
Se eu tivesse um escritório maior, mais coisas iria ter. Sem sombra de dúvida. Porque se há quem se perca a olhar para a montra de uma loja de sapatos, eu perco-me a olhar para as prateleiras de papelaria. Penso sempre que me dava jeito ter só mais um caderno, só mais uma caneta, só mais um bloco de notas, só mais uma caixa e só mais uma caixinha. Há sempre utilidade a dar.
Quando trabalhava na redacção, tinha sempre uma caixa com mil e uma coisas úteis e claro que toda a gente sabia que, a ser preciso, eu desenrascava. Eu tinha um furador, um agrafador e mil agrafos, tesouras, clips, fita-cola e borrachas e lápis para dar e vender. Nada faltava na minha mesa. E em casa repito o ritual e gosto também de oferecer este tipo de coisas a quem trabalha à secretária.
Toda esta coleção é também de fabrico próprio do Jumbo e vai estar a partir de amanhã nas lojas. Aproveitem para oferecer às vossas filhas – para as incentivar a escrever e a largar um pouco este mundo digital – e até para comprar qualquer coisa para vocês. Uma secretária organizada, colorida e feliz torna o trabalho mais produtivo.
Artigo exclusivo para Auchan.
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