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Foto do escritorHelena Magalhães

O Ano do Dilúvio de Margaret Atwood



Comprei este livro na Feira do Livro (custou 3,50€) porque tinha lido coisas absurdamente fantásticas da autora. E só mesmo quando ia a meio é que percebi que este livro faz parte de uma trilogia (trilogia MaddAddam), embora seja independente. Mesmo assim fiquei com curiosidade de ler os outros dois. 


Esta autora costuma ser associada a um tipo de literatura diferente do habitual: ficção distópica, qualquer coisa como um conceito de uma sociedade construída no sentido oposto da utopia (o que nós vivemos). Só por si, isto já é interessante. Mas confuso para caraças. Passei metade do livro sem entender o que raio era esta sociedade descrita por Margaret Atwood mas altamente agarrada para o largar. Houve alturas em que achava este livro a maior merda de sempre para, depois, estar novamente embrenhada na história e a querer absurdamente chegar ao fim.

Temos de ser um farol de esperança, porque se dizemos a uma pessoa que não há nada que ela possa fazer, ela vai fazer muito pior que nada.

Um resumo apetecível: este livro relata inicialmente duas sobreviventes de uma catástrofe que matou quase todos os humanos. À medida que acompanhamos a sua loucura inicial pela procura de mais sobreviventes, vamos lendo reminiscências da vida delas e é onde conhecemos esta sociedade distópica dividida entre grandes corporações económicas que controlam o mundo. Quem trabalha para elas, pode viver em grandes condomínios de luxo. Quem fica do “lado de fora” é escumalha. E depois há as seitas ecológicas que tentam escapar ao consumo e violência perpetuados pelas grandes corporações – e onde estas sobreviventes vão parar. 

Ao fim e ao cabo, não deixa de ser uma sátira à nossa própria sociedade mas envolta numa ficção muito bem criada onde nos deixamos mergulhar neste mundo ficcional e nos questionamos se também nós caminhamos para um “apocalipse” com o aquecimento global a destruir o planeta, as guerras, o poder económico, os refugiados… 

Não é uma leitura leve, mas é um entretenimento requintado. Uma forma de sairmos do nosso dia-a-dia para entrarmos neste mundo e, acima de tudo, pensarmos no que temos, no que nos rodeia e de que formas podemos mudar o (nosso) mundo.

Os outros livros desta trilogia são Órix e Crex, O Último Homem (#1) e MaddAddam (#3). Este é o #2.

O Ano do Dilúvio de Margaret Atwood, publicado por Bertrand Editora.

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