Estive, hoje de manhã, no programa da Sic, Queridas Manhãs, como já tanta gente viu. E já me fizeram tantas perguntas e me enviaram tantas mensagens, que optei por abordar o tema por aqui. Quem segue o The Styland (e quem não segue, bem vindos), já leu no último ano muitas das minhas ideias sobre as relações e sobre o feminismo. Uma mulher não precisa de um homem, no sentido real da palavra precisar.
Eu já tive paixões de caixão à cova, já tive relações arrebatadoras, outras assim-assim, outras muito fraquitas. Já conheci homens que me fascinaram a todos os níveis e que me fizeram perceber que há, sem dúvida, muito bom homem neste país. Mas também já conheci outros que me fizeram perder a crença no amor e na fidelidade. Já vi amigas e colegas em relações opressivas e infelizes e outras em relações fantásticas. Mas ao longo da minha vida já cedi, já fiz coisas que não quis, já tolerei faltas de respeito e amor próprio, já rastejei pela atenção de um homem. E é exactamente neste ponto que me foco e que abordo tantas e tantas vezes com as mulheres que vou conhecendo: não há necessidade de nos rastejarmos atrás do amor de alguém. Aliás, não há necessidade de sentirmos que a nossa existência só fica válida aos olhos de outro alguém. Quando a Júlia me perguntou se, quando aparecer alguém, vou abrir a porta – claro que vou abrir a porta. Mas esse alguém tem de estar exactamente na mesma sintonia e frequência de vida que eu.
Porquê? Porque não precisamos de um homem para ser felizes, ponto. Uma mulher não precisa de um homem para se validar. Mas a minha geração, falo de mulheres na faixa etária dos 25-35 anos, sente que precisa de um homem para se completar pessoal e emocionalmente. É muito mais confortável estar-se numa relação do que enfrentar o mundo sozinha. E a própria sociedade impõe-nos esta meta. A minha mensagem é sempre a de que a aceitação vem de nós. E tem de partir de nós. Somos nós o barómetro da nossa própria felicidade e a partir do momento em que colocamos a nossa felicidade e bem-estar nas mãos de outra pessoa, ou um homem neste caso, estamos a abrir caminho para a insatisfação constante.
Mas a verdade é que estar-se solteira ainda é um tabu nos dias de hoje. Não se ter sexo é o grande tabu, principalmente porque tudo à nossa volta grita sexo, sexo, sexo! E é exactamente por isso que muitas mulheres se contentam com relações que não as satisfazem plenamente. Estar-se sozinha é muito mais difícil, e estigmatizante, do que estar com alguém, mesmo que esse alguém não seja a pessoa que idealizamos. E era esta a mensagem que queria passar no programa – temos de estar bem connosco próprias, antes de podermos estar bem com outra pessoa. Porque quando estamos 100% seguras de nós, não vamos ter espaço para nos contentarmos com alguém que não nos satisfaz. E se achamos que um homem nos vai ajudar a superar as nossas inseguranças, vamos morrer inseguras.
Para quem não viu o programa, pode ver aqui 🙂
O que acharam?
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