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Foto do escritorHelena Magalhães

O amor é outra coisa #4 COMO O FACEBOOK PODE ESTRAGAR UMA RELAÇÃO


Há uns tempos li uma notícia no Daily Mail que dizia que enquanto o Facebook pode ser fantástico para a nossa vida social, o mesmo não se aplica às relações – desde a traição emocional e física, às perseguições online, às reconciliações com ex-namorados com quem, de outra forma, provavelmente não voltaríamos a falar e até ao próprio divórcio, a ciência tem agora a certeza que o Facebook induz em nós comportamentos susceptíveis de estragar as relações.


E sim, eu sei. Nenhuma de nós tem a intenção de mexericar o perfil daquela pessoa nova que conhecemos, ou mesmo do nosso namorado. Mas a verdade é que isso acontece. Inconscientemente. E quando uma tipa qualquer tem direito a um comentário enquanto o nosso perfil só recebe likes, damos por nós completamente obcecadas em criar histórias que até podem não significar nada. E se hoje ele não colocou um like em nada nosso mas “gostou” de outras pessoas? O que é que isso significa?


O Facebook pode criar ansiedade relativamente às relações. E porque é que torna adultos normalmente sãos em adolescentes de 15 anos com uma propensão para serem detectives privados, não sei. O que sei é que a disponibilidade de informação escarrapachada nos nossos computadores deixa a nossa mente livre para tirar as conclusões que daí quiser.


A minha amiga Sílvia conheceu um tipo no outro dia numa festa. Falaram e passaram a noite juntos e, quando no dia seguinte ela nos telefonou, o que ouvimos foi um “conheci um tipo tãããããããão giro!” Cinco minutos depois já tínhamos descoberto o Facebook dele. E se, antes, ela estava fascinada q.b pelo tipo que tinha conhecido, depois de ver a sua personalidade virtual, todo o interesse morreu. Desde os 1800 amigos, às fotos ao espelho, em tronco nu, a fazer poses com os amigos, com miúdas na noite… Um turn-off virtual.


Se formos a pensar na regra (old school fofinha) do esperar 3 dias para ligar a alguém, com o Facebook podemos supor que esperamos algo como menos de 3 horas. Esta habilidade de estarmos constantemente conectados significa que estes começos frágeis das relações são acelerados e isso tem o seu lado mau: conhecemos a outra pessoa mais rapidamente. E eventualmente, também decidimos que ela não é para nós mais rapidamente. Este é o grande “gap” do Facebook – as relações já não são graduais e temos acesso a tanta informação sobre a outra pessoa de forma tão impessoal, que não só criamos um problema de intimidade falsa como tiramos conclusões (eventualmente) erradas e que distorcem os nossos sentimentos.


Se enquanto lê isto, está a pensar que nunca esteve nesta situação, então é uma pessoa muito mais forte que a maioria de nós completamente mentirosa! Na época pré-Facebook, a minha amiga Sílvia eventualmente iria tentar descobrir mais alguma coisa sobre o tipo da noite anterior e, ao mesmo tempo, não parecer uma louca obcecada. 


Mas, então, o Facebook foi inventado e, com ele, os perfis de Facebook altamente estúpidos e destruidores de qualquer interesse. E nós, as loucas, passámos a ter o nosso trabalho facilitado.

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