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Foto do escritorHelena Magalhães

O AMOR É OUTRA COISA #49 Como nos apaixonamos por outra pessoa?


Estava a ler uma notícia na revista Time esta semana que dizia que o amor à primeira vista só acontece a 11% das pessoas e é muito mais comum nos homens que nas mulheres – o que não é de espantar. Eles estão sempre com a antena parabólica ligada. Mas a verdade é que as “regras” por detrás da atracção são infinitas. Pessoas que têm tudo para dar certo, acabam por chocar. E pessoas que não tinham nada a ver uma com a outra, apaixonam-se instantaneamente.

Vários especialistas analisaram um grupo de casais e identificaram onze factores comuns na base do porquê de se terem apaixonado pela pessoa que se apaixonaram.

  1. Similaridade nos traços de personalidade, atitudes e valores

  2. Proximidade geográfica

  3. Características de personalidade e aparência desejáveis

  4. Reciprocidade do afecto ou o facto de sabermos que a outra pessoa gosta de nós

  5. Facilidade em satisfazer as necessidades

  6. Excitação física e emocional

  7. Influências sociais e a aprovação dos amigos

  8. Traços particulares na voz, olhos, postura e forma de estar da outra pessoa

  9. Desejo de iniciar uma relação amorosa

  10. Oportunidades para ficarem os dois juntos

  11. Mistério, quer nas situações a dois quer na própria pessoa


Onde é que andam a passar o vosso tempo?

Isto pode não ser uma visão romântica e bonita mas se estão à procura de amor tenham simplesmente em conta onde é que passam o vosso tempo. Se não querem um tipo da noite, com t-shirt em V e um Instagram com mais selfies que vocês, não podem passar todos os vossos sábados no Main ou no Lust. Isto é redutor, eu sei. Mas atraímos as pessoas no nosso meio.

E embora esta seja uma fantasia minha, tirem da cabeça (porque eu já tirei buahhhhhhhhh) o desejo secreto de que vão estar num café a beber um chá, a ler um livro e aparece um estranho que vos aborda, senta-se na vossa mesa, ficam duas horas a conversar e são almas gémeas. É lindo. Mas irreal. Pensem nesta ideia: quem é que foram as pessoas que se tornaram os vossos melhores amigos? As pessoas da vossa turma na escola, no liceu, na faculdade… Porque eram do vosso meio. A máxima aplica-se, hoje em dia, às relações amorosas também. Os sítios onde vão têm as pessoas com quem se querem relacionar?

O que é que procuram em alguém?

As mulheres gostam de homens que as façam rir, é verdade. E, acreditem, os homens também. Mas aquela conversa de que temos de mostrar o nosso melhor lado e a melhor versão de nós mesmas é simplesmente estúpida. Sejam vocês próprias. Quando é que se sentem confiantes? Quando estão com os vossos amigos e com as pessoas com quem se sentem à vontade, certo? Porque sabem que gostam de vocês, ponto. É essa a atitude que têm de ter sempre – é assim que vão fazer a outra pessoa sentir-se bem convosco.

Além disso, os opostos não se atraem. Isso é a conversa que gostamos de dar a nós próprios quando tentamos arrastar uma relação que já sabemos que não está a funcionar. Ontem estava a ver o ‘Are You The One’ na MTV (jogo onde 10 homens e 10 mulheres têm de encontrar a pessoa com mais compatibilidade dentro de uma casa) e todos os concorrentes, quando tentavam adivinhar quem era o seu par perfeito, escolhiam sempre pessoas com similaridades nos gostos e na personalidade. Quanto mais parecidos, mais confortáveis se sentiam com a outra pessoa. E isto é regra básica: não se ama alguém que não ouve a mesma canção.

Estarem abertas às pessoas, é estarem abertas à vida

E esta mensagem também se aplica a mim. Não têm agora de se tornar, de repente, emocionalmente oferecidas e abrirem-se a toda a gente. Adoro a expressão emocionalmente oferecidas. Mas aceitarem e deixarem que as outras pessoas entrem na vossa vida e criarem oportunidades para estarem sozinhas com alguém é importante. É ao estarmos sozinhos com alguém que conseguimos observar os seus traços, ver como se comportam, como se movem, a que cheiram, o que pensam, o que gostam, o que desejam… São estes pequenos detalhes que, sem nos apercebermos, nos fazem apaixonar.

Uma amiga que saiu de uma relação longa (mas meeeesmo longa) dizia-me que não sabia se ia conseguir tão cedo estar com alguém porque ainda tudo nela a fazia lembrar da outra pessoa. Mas a verdade é que, por mais cliché que isto seja, o amor está ao virar da esquina e por mais partido que o nosso coração esteja, um novo amor tem a capacidade de colar todos os mil bocados novamente. É só estarmos abertas à vida. Ela conheceu um tipo numa festa que fomos no outro dia – um amigo de outro amigo nosso – e, de repente, já rolaram uns beijos e várias saídas a dois. Alguém que, há três semanas, estava tão negativa em relação ao futuro está, agora, a viver numa nuvem.

É esta a capacidade que o amor tem. Apaixonarmo-nos tem o poder de mudar a nossa vida, de vermos beleza onde antes não víamos, de acreditarmos em novas oportunidades, trabalharmos melhor e, sem dúvida, sermos melhores pessoas.

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