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Foto do escritorHelena Magalhães

Este Outono? Comprem mais em segunda-mão e marcas com uma atitude consciente


Alguma vez pararam para pensar quem é que faz a roupa que vocês compram? Quanto é que essas pessoas ganham por esse trabalho? E Como são as suas vidas?

Há quase dois anos vi o documentário The True Cost e percebi que não comprava roupa por necessidade mas sim pela pressão em comprar mais e mais. Além disso, caiu-me como um murro no estômago quando vi que estava a contribuir para uma das mais violentas, tóxicas e poluidoras indústrias do mundo a todos os níveis – humano, ambiental e até social. Este foi o gatilho para mudar a minha vida. Posso contar pelos dedos as vezes que entrei numa loja de fast-fashion nos últimos dois anos e as roupas que lá comprei. Porque foram mesmo muito poucas. Não me tornei fundamentalista porque não vivo nesse registo, mas decidi fazer o meu boicote pessoal.

Além disso, há anos que me vinha a queixar da gradual falta de qualidade das roupas. E esta ideia não era da minha cabeça. A filosofia das lojas de “moda rápida” opera num modelo bem simples: baixa qualidade e alto volume. E estas lojas dependem do desejo do consumidor em ter roupas novas todas as semanas. E isso vai acontecer se a roupa for de menor qualidade. Estas lojas produzem centenas de milhões de peças por ano. A qualidade não é o foco mas sim a rapidez com que nós queremos comprar outra peça. Se compramos uma malha que ao fim de três lavagens já está toda pingona e com borbotos, claro que vamos comprar mais malhas ao longo do inverno.

E então chegamos ao meu tema preferido de abordar: a produção das roupas que nós consumimos com tanta ânsia em estar na moda. Milhões de trabalhadores passam os seus dias escondidos em algumas das regiões mais pobres do mundo a costurar os conteúdos do guarda-roupa global. Muitas vezes, toda a família trabalha ali e, claro, há muita mão-de-obra barata e infantil porque as fábricas preferem isso a comprar máquinas que são muito mais caras. E estas famílias lutam diariamente para ganhar uma miséria numa premissa desumana: costuram o mais rápido que conseguem para fazer mais e mais peças, tantas quanto a luz do dia permitir. Matam-se literalmente a trabalhar para fazer mais e mais roupas que caibam nos nossos roupeiros atafulhados de trapos.

E podem ler tudo o que já escrevi sobre isto mais detalhadamente neste post.

Querem mudar? Comprem mais em segunda-mão e em lojas com uma atitude mais consciente

Como este é um tema recorrente na minha caixa de mensagens no Instagram sempre que estou a mostrar coisas do Jumbo Moda, quero voltar a focar este tema. Estive esta semana no Jumbo e trouxe algumas das malhas da nova colecção de Outono. Além da qualidade ser absolutamente indiscutível – tenho malhas de há três invernos que estão como novas e que irei novamente usar este ano – quero destacar a produção da Auchan.

A Auchan criou a fundação Weave Our Future para desenvolver e melhorar as condições de vida dos trabalhadores nos países onde produzem a sua roupa e marca In Extenso. Todas as fábricas são auditadas do ponto de vista social e de qualidade e está a ser implementado o ponto de vista ambiental. E no futuro isto também se vai alargar aos fornecedores de tecidos, tinturarias e lavandarias. O grupo Auchan forneceu à fundação 5,5 milhões de euros para, através de ONG reconhecidas nos locais onde produzem (Bangladesh, Cambodja, Vietnam e Birmânia), conseguirem melhorar as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores das indústrias têxteis e de bens duradouros nestes países menos desenvolvidos. Este trabalho inclui os campos de saúde, transporte e formação. A Auchan é ainda contra a subcontratação não declarada (como acontece nas fábricas em que uma família inteira trabalha escondida).

Assim, quando estou a mostrar peças de roupa e calçado do Jumbo não é só porque é mais barato ou acessível. É porque, além de ser uma compra mais consciente, é ainda de melhor qualidade. Talvez não tenha o carimbo de marca cool para o Instagram, mas isso é a mentalidade do consumismo que tem de mudar.

Dito isto, deixo-vos com algumas das novidades que já estão nas lojas para o Outono e volto a referir mais um dos pontos-fortes do Jumbo: não há produção em massa. Isso significa que as coisas esgotam rápido. Quando me dizem que nunca encontram as peças que mostro é porque deixam passar o timing 🙂 E acreditem, são malhas para durar anos e não apenas uma única estação.



A parte de bijuteria e acessórios é um corner novo nas lojas Jumbo. Encontram imensas coisas giras a preços acessíveis.




Artigo escrito em exclusivo para Auchan.

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