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Foto do escritorHelena Magalhães

Eis porque não quero estar a assinar na Feira do Livro este ano…


Estou a escrever este post – em género de justificação mas bem fundamentada – porque recebi dezenas de mensagens a perguntar se, este ano, iria estar na feira do livro a assinar o Diz-lhe Que Não. Eu queria ir – juro que queria – mas vou tentar explicar a razão da minha recusa em estar.

Eu adoro a Feira do Livro. Vou há anos e várias vezes no mesmo ano. E tenho algumas das minhas memórias mais mágicas lá. Foi onde comprei o meu primeiro Harry Potter quando tinha 11 anos, por exemplo. Gosto de ir para passear, ir para ver e, depois, ir para comprar. Esta última sempre sozinha porque demoro imenso tempo a ler, a pesquisar e a procurar e, para quem não tenha este mesmo gosto que eu, pode ser uma grandessíssima seca. E todos os anos que fui – claro que falhei alguns – lembro-me de ver os escritores sentados e pensar: um dia, eu hei-de cá estar. Sempre foi uma espécie de marco de sucesso pessoal. Vou estar na Feira do Livro de Lisboa a assinar o meu próprio livro. Mas este sempre foi uma espécie de sonho colocado algures lá longe no tempo. Era sempre dentro do espaço-temporal “um dia…”.

Na verdade, só no ano passado – e quando o esboço do Diz-lhe Que Não já se desenrolava numa ideia de futuro próximo -, é que analisei ao pormenor isto de estar na Feira do Livro. E não é algo que se possa levar de animo leve. É preciso ter uma capacidade emocional bem estruturada para estar sentada uma hora numa mesa sem saber ao certo quem vai aparecer – se é que vai aparecer alguém – e depender da boa vontade (e interesse, claro) do público em parar para ver o livro, querer comprar e, então, assinar. Eu ainda não tenho essa experiência, nem prática nem força emocional para isso. O terror de poder estar uma hora sentada sozinha é muito maior do que o desejo de realmente ter esta experiência. Talvez daqui a um ano já consiga ter. Ou dois. Ou três. Sei lá…

E admiro, de facto, esta capacidade que muitos escritores têm. É uma espécie de bem-estar literário e confiança no seu trabalho. E eu ainda não tenho essa confiança. Apesar do feedback ma-ra-vi-lhooooo-so que tenho tido todos os dias relativamente ao livro, ainda não tenho a segurança para me expor num contexto tão público e imprevisível.

De qualquer das formas, eu vou lá. Como sei que há leitores interessados em assinar e conversar um pouco, posso dizer um dos dias que vou (próximo sábado, em principio) e, sem compromisso, marcar um pequeno meeting. Quem quiser, mande-me mensagens pelo Facebook ou Instagram para ver se surge a oportunidade 🙂

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