O dia da criança, para mim, sempre foi um segundo natal. Acho que só lá pelos 20 anos é que a minha mãe deixou de me oferecer um “mimo” neste dia. Provavelmente nessa altura já me queria afirmar como pseudo-adulta e excluí por completo este dia da minha agenda. E isto é irónico porque parece que, chegados aos 30 anos, voltamos a querer sentir-nos crianças. Esta tendência de comportamento já é chamada de “kidulting” e eu faço sem dúvida parte dela – principalmente pela minha obsessão pela literatura young adult e pelos romances juvenis e clichés que me fazem sentir novamente com dezasseis anos.
A definição teórica diz que o “kidulting” refere-se a um adulto que continua a gostar de coisas de crianças ou, o mais comum, volta a ganhar um certo amor às coisas da sua adolescência. É aquele sentimento de nostalgia onde, através de brinquedos ou sentimentos da nossa infância, nos sentimos agora felizes. Daí que continue a colecionar merchandising das Spice Girls, pinte os livros de colorir para adultos para relaxar e, claro, leia livros juvenis. Já há vários estudos que justificam esta vaga de sucesso dos livros juvenis nos adultos. É uma forma de revivermos e recordarmos aquele momento antes da maturidade. Porque na altura não nos apercebemos mas quando nos tornamos adultas é que vemos como aqueles anos foram, sem dúvida, os mais felizes da nossa vida. A inocência, os primeiros amores, as primeiras experiências, a liberdade, a falta de responsabilidades…
E ler literatura young adult também nos ajuda a encontrar algum significado para a nossa vida de agora. Desenganem-se se pensam que este tipo de literatura é pouco profunda ou só aborda temas banais. Longe disso. São livros que nos fazem pensar. Já li grandes clássicos da literatura mundial que me aborreceram de morte e não me fizeram sentir nada. Mas já li young adults que me deram literalmente um murro no estômago e onde chorei copiosamente feita uma maria madalena.
Nesta onda do “kidulting”, a The Body Shop e eu fizemos mais uma brincadeira para tentar unir a beleza aos livros. E se há uma marca que aposte intensamente nestes sentimentos de nostalgia para as mulheres que querem continuar a sentir-se adolescentes é, sem dúvida, a The Body Shop. Neste Natal, houve toda uma coleção de presentes inspirados nos brinquedos infantis e a marca continua a ter nas suas linhas produtos coloridos, divertidos e jovens para o dia-a-dia.
E foram esses que escolhi para vos mostrar, juntamente com alguns livros young adult que li nos últimos meses e que – bang bang – além de me terem divertido muito, emocionaram-me e tocaram-me de uma forma especial. Porque o dia da criança também pode ser para nós – mulheres adultas, resolvidas mas eternamente nostálgicas.
Duas trilogias young adult apenas para mulheres
Eu adoro trilogias porque são aquelas leituras que sabemos que vão durar e as personagens estão bem construídas e exploradas ao longo dos livros e das peripécias em que se vão envolvendo. E estas duas têm um lugar especial porque têm duas abordagens diferentes. A trilogia Shiver de Maggie Stiefvater cria um mundo imaginário onde os lobos se transformam em humanos durante o calor e, no inverno, voltam à sua pele animal. A história gira em torno de Grace e do seu amor aparentemente impossível com Sam que, todos os invernos, se vê obrigado a regressar à floresta e a viver com a sua alcateia. Ao longo dos três livros vamos acompanhando todas as mudanças na história e a forma empolgante como o leitor é convidado a penetrar na vida destas personagens e a sentir a forma como os lobos observam o mundo.
Já o universo de Summerset Abbey de T.J.Brow junta duas das minhas coisas favoritas: romance histórico e romance yound adult. Esta trilogia passa-se numa das épocas mais fascinantes (para mim) da história europeia – o início do século XX – e centra-se em torno de três jovens que procuram encontrar um rumo para o seu futuro. Retrata com rigor e pormenor os hábitos da classe alta e destas jovens que procuram desafiar as tradições. Ao longo dos três livros vamos acompanhando as suas aventuras e a forma como são confrontadas com as regras e as convenções da época numa narrativa que nos faz saltar entre dois mundos: o dos privilegiados e o dos criados no mundo da aristocracia britânica antes da primeira grande guerra.
Seis livros jovens para rir, chorar e amar
Já falei de quase todos estes livros, eu sei, mas como não falar? Têm todos à sua maneira uma história e uma mensagem que pode ser aplicada ao nosso dia de hoje e que são leituras obrigatórias numa biblioteca young adult.
A Nossa Canção de Sarah Dessen Esta autora já tem vários livros todos neste registo mas, por enquanto, só li este. Conta a história de Remy e da influência que os desastres dos pais tiveram nela: a mãe já vai para o quinto casamento e o pai era um músico que abandonou a mãe. Em conclusão: Remy não acredita no amor e, acima de tudo, não gosta de músicos. Mas então aparece Dexter, um jovem cantor desastrado. O giro neste livro (e daí que acho interessante ser lido por adultos) é acompanharmos a relação dela com a mãe e como, por vezes, os pais influenciam os filhos da pior maneira sem se aperceberem. E depois é um livro divertido cheio de episódios clichés, eu sei, mas caricatos e lamechas, daqueles que nos fazem sorrir.
O Sol Também é uma Estrela de Nicola Yoon Beeeem… falei tanto sobre este livro no início do ano porque teve um impacto enorme em mim. Todo este livro se passa num único dia onde vamos acompanhando Natasha e Daniel ao longo das horas e os vários aspectos das suas vidas e dos seus passados que os levaram àquele momento em que olham um para o outro no meio da rua. É um livro que fala do destino (e que nos tira a respiração por pensarmos que toda a nossa vida pode mesmo ser um fio de acasos muito bem pensados) e do impacto que todos podemos ter na vida uns dos outros. Um mero sorriso a uma funcionária da estação ou um bom dia à porteira do prédio. Li-o em dois ou três dias sem parar, completamente absorvida e acabei de ler feliz e a pensar como temos mesmo que abrir mais os olhos ao que nos rodeia.
Daisy e o Amor sem Filtros de Anna Bell O que achei piada neste livro é o retrato que faz da nossa geração que vive sempre online, que partilha tudo o que faz e que vive para o digital. E é aí que conhecemos Daisy que foi despedida por ser obcecada por redes sociais e parte então para um detox digital num lugar remoto no meio de Inglaterra. E depois claro que entra o óbvio e o amor e a duvida entre dois rapazes perfeitos. Claro que este livro é cliché mas por vezes o cliché também é divertido. Para quem gosta de comédias românticas e quer ler um romance engraçado sobre a nossa geração.
As Raparigas de Emma Cline Não é um livro que mude a nossa vida mas é giro para quem gosta de ler sobre estas coisas das drogas e tal – eu gosto hihihi. Este livro é como se fosse o relato de Evie que, já com 40 anos, está a partilhar o que viveu em 1969 quando, com 14 anos, se juntou a uma seita de raparigas misteriosas que ela via no parque. E a história em si resido em torno do momento de catálise – o crime de um cantor famoso – e tudo o que se passou até esse momento: as aventuras dentro da seita, o sexo, as drogas e uma série de relações excêntricas. Toda esta descrição da seita é deliciosa de se ler, mesmo que no fim o livro nos deixe uma espécie de vontade de ter lido mais. Mas é interessante compreender como a Evie adulta lida com o que lhe aconteceu quando tinha 14 anos e ela foi a única pessoa da seita a ficar em liberdade por ter estado no sítio errado no momento errado e com as pessoas, claro, erradas. A adolescência no seu melhor.
O Ódio que Semeias de Angie Thomas Que livro – pow, pow, pow! Dos melhores que li na minha vida neste registo juvenil. Conta a história de Starr de 16 anos numa América pautada pelo movimento Black Lives Matter e a luta contra a discriminação e a violência racial. Starr vem de uma família negra e vive num bairro problemático e negro mas frequenta uma escola elegante numa zona residencial de brancos ricos. E esta é a vida de Starr que se move entre estes dois mundos e se torna a única testemunha do disparo de um policial contra Khalil, o seu melhor amigo. Que dispara apenas por ele ser negro. É um livro intenso porque reflecte uma realidade actual e nos faz reflectir nestes temas e viver quase na primeira pessoa a luta contra a violência e contra a discriminação racial que em 2018 ainda está tão presente.
Eleanor & Park de Rainbow Rowell Faz parte do meu Book Gang porque é um livro de leitura obrigatória. Nem que seja porque nos faz compreender tão bem o amor e a forma como ele se move à nossa volta. E este livro é escrito pela voz de Eleanor e de Park. Ao longo da narrativa vamos acompanhando os seus pensamentos e as suas vidas familiares e a forma como se vão apaixonando mesmo que, no início do ano, e quando se cruzaram no autocarro da escola, tenham pensado só coisas más um sobre o outro. É uma história mágica, simples e tão bonita que nos faz viver e reviver estas emoções tão jovens e puras e inocentes da adolescência e a cumplicidade das amizades que se tornam em amor. Porque na vida… o amor é o nosso grande super poder.
E oito produtos divertidos, frescos, coloridos e úteis no dia-a-dia
Quando me propus a escolher produtos que fossem tão young adult quanto os livros, esta demanda até foi bem fácil. Difícil foi limitar-me apenas a meia dúzia deles numa loja que prima exactamente pelas cores e pelos cheiros. Escolhi assim um kit com alguns dos meus produtos favoritos da The Body Shop e que cheiram, sabem e nos fazem sentir novamente jovens, livres e frescas.
Lip Juicer Os bálsamos coloridos em forma de lápis são 100% vegan e perfumados com combinações frutadas que são conseguidas graças aos extratos naturais com que são feitos. Hidratam, são pequenos, cheiram a frutas (o verde cheira a melancia e o rosa a coco) e dão água na boca.
Miniaturas do Hand Cream e do Body Butter O que mais gosto na The Body Shop são as miniaturas úteis que podemos ter na mala para qualquer ocasião. Escolhi o creme de mãos de manga é uma fórmula leve de gel-creme que absorve rapidamente, hidrata e nutre com aroma de manga tropical. Já o Body Butter em miniatura é uma manteiga corporal que nutre a pele seca e é perfeita para ter na mala para um SOS. Não costumo gostar de coisas de morango mas este é uma excepção porque é um aroma leve e doce.
Destaco ainda que neste momento podem personalizar as tampas dos Body Butter (tamanho original) como o que tenho na fotografia (e diz I Love You) nas lojas de Almada e do NorteShopping.
Bath Bomb Já perceberam que adoro cheiros a manga, certo? E esta foi uma novidade que adorei experimentar: transforma o banho numa experiência divertida e tropical com uma explosão laranja com cheiro a mangas. Yammi.
Born Lippy Mais um bálsamo – porque bálsamos nunca temos em demasia – mas neste caso com cor. Escolhi o roxo porque tem um cheiro meio tropical e deixa um tom meio escuro nos lábios. Mas, claro, o mais importante: é hidratante, nutritivo e deixa os lábios macios sem colar.
Soap Savon Apoiem a luta da The Body Shop contra os testes em animais com os sabonetes de coelho de edição limitada 100% vegan. De origem vegetal, estes sabonetes de corpo deixam a pele macia, têm cheiros deliciosos e criam espuma instantaneamente.
Body Mist Eu sou fã dos sprays corporais porque são perfeitos para aplicar depois do banho e sair fresca para a rua. Gosto deste citrino porque me faz exactamente lembrar da minha adolescência e dás águas de colónia da altura.
Em conjunto com a The Body Shop, vou oferecer exactamente este kit que escolhi a uma eterna adolescente como eu. Desta vez, este passatempo será apenas aqui no blog 🙂 Só têm de preencher o formulário até dia 6 de Junho, dia em que irei aleatoriamente escolher uma vencedora. Mas há uma condição: prometam-me que vão ler mais eheheh.
Comments