Tenho recebido, ao longo dos últimos meses, muitos emails de raparigas que também querem ter um blogue, que querem fazer algo de diferente, que querem criar o seu negócio próprio, que querem ser freelancers… e a pergunta que me colocam é sempre a mesma: como?
E eu respondo sempre: sejam singulares.
E isto pode parecer absolutamente conversa de treta, é verdade. Mas deixem-me contar-vos uma história.
Grande parte dos erros também vêm das marcas
No outro dia, uma marca abordou grande parte das bloggers com uma proposta de um post em troca de um vale de 100€ para gastar. E para esse post poderíamos usar fotos do site e fazer montagens. Além disso, teríamos de colocar uma série de códigos para a marca poder analisar o tráfego. So far, so good. Mas essa mesma marca havia pago a um outro grupo de bloggers e essas não tinham códigos nem fotos do site – tinham as suas próprias fotos para criar o seu próprio conteúdo. Eu respondi que não fazia sentido pedirem-me para fazer montagens de produtos nem colocar códigos no meu blogue quando quem havia sido pago – e à partida faria muito mais sentido ser analisado para saber se o $ pago havia gerado retorno em vendas – não os tinha nos seus blogues.
Ao longo do dia, outras bloggers abordaram-me sobre esta proposta a pedir uma opinião. Eu respondi a todas o mesmo que havia respondido à marca. Houve quem reclamasse, quem tivesse dito que não fazia montagens, todas mostraram algum descontentamento face a vales versus posts pagos… e, no fim do dia, todas acabaram por fazer os posts à maneira da marca e receber o vale felizes da vida.
Criar uma identidade
Eu não o fiz. Decidi manter a minha singularidade. E optei por me manter fiel à minha identidade – eu gosto de contar histórias e a proposta dessa marca não se incluía no registo do The Styland. Por mais que um vale de 100€ fosse apetecível.
Mas não penso mal de quem o fez – muito pelo contrário. Muitas bloggers que o fizeram são pessoas do meu círculo e de quem gosto. No final do dia, cada pessoa ou, neste caso, cada blogger faz o que lhe apetece. Sendo isso certo ou errado. Cada pessoa escolhe o seu caminho. É isso a singularidade.
Eu acredito que não são os blogues que têm de se adaptar às marcas. São as marcas que têm de se adaptar a cada blogue. É por isso não acontecer que em 90% dos casos, os leitores percebem – e não gostam – que estão a ler um post pago. Porque deixam de ler a pessoa e passam a ler a marca. Ao invés de se incluir na abordagem do blogue, a marca toma conta do blogue.
O que é significa singularidade?
Quando eu falo em singularidade falo exactamente nestas questões: serem vocês próprias em tudo. E isto significa não copiarem o que as outras pessoas fazem só porque para elas deu resultado. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Por uma blogger ter imensas views nos vídeos do YouTube não quer dizer que outra vá ter. Eu podia aceitar todo o $ que já me propuseram, todos os vales de compras e todos os posts pagos e tornar este blogue mais do mesmo. Mas isso iria funcionar comigo e levar o The Styland para o caminho que quero?
O meu conselho – e o que estou sempre a dizer – é para serem vocês próprias e pensarem a longo prazo – na identidade que estão a criar. Dizerem que não a uma marca, não vai fazer com que ela vos exclua no futuro. Muito pelo contrário – a marca vai começar a perceber o vosso registo e, ao invés de vos contactar para tudo, começa a contactar-vos para coisas específicas e, provavelmente, a dar-vos conteúdos exclusivos. Se eu dissesse que sim a tudo, o The Styland não era o The Styland. Era um catálogo de compras. E acho que não é isso que vocês, leitores, procuram quando cá vêm parar. Eu gostar de outros blogues, não significa que tenha de fazer o que eles fazem. E muito dos blogues que gosto e sigo, aceitaram a proposta desta marca em questão.
É assim que vão conseguir ser singulares – ao criarem a vossa própria marca. Ao serem vocês próprias. E ao fidelizarem os vossos leitores.
Fotografia tirada por Faz de Conta Fotografia
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