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Foto do escritorHelena Magalhães

Clássicos que tornam uma casa feliz


A maioria das pessoas não prestou a mínima atenção às aulas de Português no secundário – porque ler Os Maias e a Mensagem era uma grande seca – mas, na verdade, a maioria dos livros que nos obrigaram (ou tentaram) a ler valiam a pena ser lidos. Nós é que éramos adolescentes idiotas. E porque é que há livros que fazem parte do plano nacional de leitura? Porque passam uma mensagem ao nosso cérebro jovem para que sejamos adultos melhores.

É por isso que os clássicos são, e vão ser sempre, intemporais – aquilo que nos transmitem vai continuar a passar de geração em geração. E nunca é tarde para nos começarmos a aventurar nesta praia. Para quem, como eu, está a construir uma biblioteca de clássicos para deixar a casa mais feliz, tenho algumas sugestões que vos quero passar.

Clássicos que fazem a casa feliz

Todos, de Jane Austen. Desengane-se quem pensa que os livros de Jane Austen são meros romances na Inglaterra do século XIX. São sátiras à sociedade e quem lê com atenção consegue perceber o sentido de humor de Austen e a sua comédia de costumes que se adapta perfeitamente aos dias de hoje.

Robinson Crusuoe, de Daniel Defoe. Não deve haver ninguém que nunca tenha ouvido falar de Crusuoe e do famoso “Sexta-Feira”, nem que seja pelos filmes. Mas é uma leitura que vale a pena (faz parte do plano nacional de leitura inglês, por exemplo) pela narrativa individual de Crusuoe, preso numa ilha durante 24 anos, e o que aprende ao viver sozinho. É importante reter que foi publicado, pela primeira vez, em 1719 e muitas coisas, à luz dos nossos dias, parecem-nos estúpidas mas mostram-nos o mundo de outra perspectiva.

Jane Eyre, de Charlotte Bronte. Se eu recebesse um euro de cada vez que falo deste livro, estava milionária. É dos meus livros favoritos de todos os tempos e, logo nas primeiras páginas, qualquer leitor vai ficar apaixonado por esta heroína feminista, com um sentido de humor particular, muito à frente do seu tempo e que não vê o amor como a sua salvação. No fim, é ela que salva o Mr. Rochester. 

Lolita, de Vladimir Nabokov. Este livro pode ser assustador, porque relata a mente de Humbert que se apaixona por Lolita, de 12 anos. De uma forma crua, retrata meramente um pedófilo e as suas estratégias para se aproximar do seu alvo mas, à medida que o leitor se envolve na história, começa a criar afinidade com ele, a perceber a sua inteligência e charme. É, na verdade, um livro genial e fantasticamente assustador porque também nos mostra uma criança de 12 anos que está longe de ser igual a todas as crianças dessa idade – sedutora e apaixonante.


The Great Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. Quem viu o filme, já sabe o final. Acaba por ser um grande livro com uma grande narrativa, uma grande envolvência e, no fim, uma grande decepção que nos parte o coração. Mas não deixa de ser uma das grandes histórias de amor de sempre e a busca incessante de um homem pela mulher que ama.

Little Women, de Louisa May Alcott. Eu adoro, adoro, adoro o filme. E o livro é ainda melhor e completamente obrigatório de ser lido por qualquer jovem mulher. É a história de quatro irmãs e a forma absolutamente apaixonante e maravilhosa como conseguem sobreviver à pobreza continuando a sonhar e a acreditar num futuro melhor. Há quem diga que é uma narrativa, hoje em dia, sem valor, ao retratar mulheres que apenas podiam aspirar a uma vida doméstica. Mas Little Women foi publicado em 1868 e a sua heroína conseguiu vingar enquanto escritora (este é um livro auto-biográfico, ficam já a saber) e que nos inspira simplesmente a sermos quem quisermos. Ainda hoje, sempre que o leio, apaixono-me novamente.

E há tantos mais: Anna Karenina, Mataram a Cotovia, O Monte dos Vendavais, A Letra Escarlate, As Vinhas da Ira, Madame Bovary, A Túlipa Negra… Mas isto fica para outro post, bem como outros clássicos portugueses 🙂

Não sei se já se aperceberam mas, hoje em dia, já existem à venda várias colecções de clássicos pensadas exactamente para bibliotecas modernas. A editora Relógio D’Água compilou uma série de clássicos a preços entre os 5€ e os 10€ (estão à venda na Fnac online). E a Civilizações Editora fez o mesmo – aqueles livros de capas lindas e coloridas que costumamos ver nas livrarias. E claro que também estão todos à venda online na Fnac a menos de 10€. 

E fazem prateleiras bonitas 🙂

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