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Foto do escritorHelena Magalhães

Arte portuguesa #2 Aly John





O que é ter um blogue, então? É isto que tenho muitas vezes de responder a pessoas (fora deste meio) que, quando sabem que tenho um blogue me perguntam logo se sou daquelas dos looks do dia e das reviews de produtos de beleza. E eu digo que não, bem, não é bem assim, é mais ou menos, pronto, sim é mas eu não sou assim. E não me interpretem mal, eu sigo blogues que fazem looks do dia e reviews de produtos de beleza e gosto. Gosto mesmo. O problema é que, à data de hoje, 90% do que se encontra pela internet fora não tem conteúdo relevante, interessante ou, em última análise, fidedigno e credível.

E talvez mais gente se identifique com o que vou dizer: hoje em dia, dizer-se que se tem um blogue é imediatamente conotado como alguém fútil e tonta. Eu passo por isso todos os dias. E, algumas vezes nos últimos dois anos e meio, cheguei a ter vergonha de o dizer. Ou cheguei a evitar dizê-lo (em contexto profissional) para não perder a credibilidade.

O que é ter um blogue, então?, perguntam-me muitas vezes. Para mim é construir narrativas que possam, de alguma forma, envolver os leitores, inspirar-vos e poder, nem que seja durante dez segundos, fazer-vos um pouquinho mais felizes. É escrever sobre amor, sobre a vida, sobre tudo e sobre nada. É mostrar sítios que gosto, coisas que me marcaram e aquilo que realmente tem algum impacto na minha vida e que sinto que vale a pena partilhar.

Acredito fielmente que todos nos inspiramos uns aos outros. Vivemos num ciclo onde inspiramos e somos inspirados diariamente e constantemente. É por isso que, neste blogue, só aceito que entrem as coisas e/ou as marcas de que gosto mesmo ou que me inspiram, por assim dizer. Perdoem-me todas as marcas que me contactam e eu não dou resposta mas, muitas vezes, não sinto que seja a pessoa certa para falar delas. Porque se não me apaixonam, de que forma poderei fazer os leitores apaixonarem-se por algo que não me toca? É como as cores: eu odeio o laranja mas há milhões de pessoas no mundo a amá-lo. E outras tantas que se vão apaixonar por essas marcas.

E uma das coisas de que já falei muitas vezes aqui é o quanto adoro projectos portugueses, pessoas que vão atrás daquilo em que acreditam e que constroem o seu pequeno castelo a partir de nada. São histórias assim que me inspiram todos os dias a continuar a escrever e que me dão um gosto danado falar sobre elas. Como a Aly John, uma marca de gangas onde cada peça é feita à mão e que nasceu do sonho de um jovem em criar uma marca de jeans com a ajuda dos seus dois tios alfaiates. 30 anos depois, a Aly John cria peças únicas, especiais e exporta essencialmente lá para fora mas não deixa de ser uma marca portuguesa (e do norte, carago!) a vingar e a levar o nome de Portugal atém fronteiras.

O blusão que tenho vestido é Aly John e o copo onde tenho estado a transportar o meu chá todas as manhãs é da Mr. Wonderful – mas isto é um tema para outro post. Espero que se apaixonem da mesma forma que eu me apaixonei 🙂













Blusão, Aly John; calças, Zara; óculos, Aldo Shoes; Caneca, Mr. Wonderful.

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