… também não foram assim muitos que não sou uma maria-vai-com-todos. Sou esquisitinha, complicadinha até. Mas o que quero perguntar-vos é simples:
como raio é que vocês se apaixonam por Facebook? Por whatsapps? Por mensagenzinhas estúpidas? A sério, digam-me. Como? Porque eu também quero.
Queridos homens que se tentaram aproximar de mim este ano, deixem-me, desde já, pedir-vos desculpa pela minha débil capacidade para lidar convosco. Podia dizer que a culpa não é vossa, que é minha porque o problema é meu, blá, blá, blá. Mas não. A culpa é mesmo vossa. E acreditem, (quase) todas as mulheres vão achar o mesmo. Pensem lá um pouquinho em todos aqueles engates que não funcionaram. Pois, a culpa é vossa.
Porquê?
Bem…
Vocês acham giro fazer uma perseguição pelo Facebook até nos encontrarem. Mas não é. E virem com a conversa idiota de quando nos conheceram no sítio X ou na festa Y para meter conversa também não. Se tivessem tido tomates para nos abordar e conversar um pouco connosco, acreditem, nós teríamos gostado muito mais.
Já nem vou falar na capacidade que vocês têm para tirar conclusões sobre as pessoas que somos. Tudo aquilo que veem nas redes sociais não somos nós na nossa vida real. Elas representam talvez 10% daquilo que é a nossa vida. Então, é possível que sejamos acanhadas, conservadoras, tímidas e reservadas em carne e osso. E, sim, ainda vamos querer fazer todos os passos de cada vez: café, jantar, cinema, pastilhas elásticas e talvez um beijo no fim.
Mas também não somos tão século passado assim. Se o vosso objectivo é sexo, sejam directos e honestos. Não nos criem expectativas de coisas que não nos querem dar. Não nos façam perder tempo a tentar ver em vocês uma pessoa que nunca vão ser. Por vezes, também só queremos sexo. E evitavam-se muitos corações partidos se a honestidade viesse junto com o primeiro olá.
Todos os homens que conheci este ano cansaram-me pela quantidade excessiva de conversas virtuais que queriam ter comigo. Desculpem-me se vos confundi. Algumas vezes até estava interessada. Só não gosto de falar por chats e mensagens. Se quiserem falar com uma mulher, telefonem. Se a quiserem conhecer, convidem para um café. Isso não significa casamento-e-filhos-oh-meu-Deus. Se estão interessados, não façam jogos estúpidos. Muitas mulheres simplesmente não têm paciência para isso. E eu entendo que a fase gato-e-rato cria paixão, tesão e, muitas vezes, amor. Mas muitas mulheres simplesmente não vão ter interesse em vocês até vos conhecerem efectivamente. Até se lembrarem do vosso riso. Até vos tocarem, cheirarem e olharem. Até verem a forma como vocês pronunciam as palavras, como bebem o café com dois açúcares ao invés de um, ou sem açúcar nenhum. São os pequenos pormenores de alguém que marcam qualquer coisa dentro de nós.
E a melhor forma de nos conhecerem é ligarem-nos quando vos apetecer falar. É chamarem-nos para um plano qualquer. É falarem sem subterfúgios parvos. Não sejam evasivos, dêem-se a conhecer. Sejam impulsivos, arrebatadores, intrigantes, cativantes, divertidos e envolventes. Tenham cojones, falem connosco, abordem-nos, cantem, gritem, dancem. Sejam os homens que nós queremos conhecer. E não tenham medo disso – pode ser bom, pode ser mau, mas todas as pessoas que conhecem mudam, de alguma forma, a nossa vida. Mas vocêm têm tanto medo do bicho-papão que é a palavra amor que chega o ano e vira o outro e acabam por não ter nenhuma relação com significado com ninguém.
E porque – infelizmente – vivemos na era das redes sociais, não percam demasiado tempo com isso. Esqueçam as fotografias em tronco nu ou ao espelho. Não precisamos de vos ver em pelo para decidirmos se gostamos, ou não, de vocês. E o mais certo é perdermos o interesse quando vocês perdem a camisa. Acho que falo por todas as mulheres quando digo que uma conversa interessante e boas gargalhadas são o suficiente para nos cativarem.
Quando conseguirem passar por todas as nossas camadas de indecisão, medo (claro, medo, porque em cada 10 tipos, 9 são cabrões), constrangimentos, obsessão em pensarmos demasiado e a nossa clara dificuldade em nos apaixonarmos via telemóvel, acreditem, o que vem depois é puro climax.
Vemo-nos em 2017… porque O AMOR É OUTRA COISA 🙂
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