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Foto do escritorHelena Magalhães

A distopia como forma de (nos) contar a vida


Eu adoro, adoro, adoro livros do género distopia que nos falam sobre a vida (real) ao criar mundos imaginários. Já tinha falado sobre isto quando li O Ano do Dilúvio mas tenho descoberto autores fantásticos que quero recomendar esta semana.

Para quem não sabe, o género distopia é uma espécie de criação de uma sociedade imaginária controlada por meios extremos de opressão onde os personagens vivem condições de vida difíceis. O que é mais giro na distopia é que, normalmente, tem como base a realidade da sociedade actual, o que nos coloca obrigatoriamente a pensar sobre o mundo em que vivemos. Um dos últimos livros que li deste género foi As Filhas de Eva de Louise O’Neill e fiquei absolutamente viciada. A história do livro tem por base um mundo onde as raparigas são treinadas desde cedo para satisfazer os homens. Só as melhores conseguem ganhar o estatuto de “esposas” e ter a possibilidade de viver com um homem, tendo apenas como objectivo gerar filhos. Quando já não são necessárias… são descartadas.

Podem imaginar o quão perturbador (mas ao mesmo tempo intrigante e viciante) foi este livro para mim. E até num plano muuuuuito fantasioso, qualquer livro do género fantástico acaba por ser uma distopia ao transportar-nos para mundos imaginários (embora menos opressivos) através dos quais conseguimos tirar lições para a nossa vida. E aprender com elas, claro. Até o Harry Potter. Yey J. K. Rowling, you rock.

Para os leitores mais sérios, há outros exemplos como o clássico 1984 (actualmente faz parte do plano nacional de leitura o que não deixa de ser irónico e actual ) que fala do terror do poder político e que quase poderia ser visto como uma profecia (com toda a realidade que estamos a viver com o Trump).

Esta semana queria falar-vos disto e deixar-vos algumas sugestões interessantes para quem se quer lançar neste tema. Alguns estão em desconto na Fnac, outros não. Mas são livros que valem a pena comprar, ler e passar aos amigos e familiares.

Estes são alguns dos meus favoritos no género das utopias e distopias e todos eles nos fazem pensar sobre o que fazemos aqui – as nossas atitudes, valores, a forma como compreendemos o mundo e até a forma como vivemos nele. Para as feministas, just like me, recomendo As Filhas de Eva e A História de Uma Serva. Mas leiam com cuidado – são revoltantes.


1) As Filhas de Eva de Louise O’Neill; 2) 1984 de George Orwell; 3) Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley; 4) A Máquina do Tempo de H. G. Wells; 5) Submissão de Michel Houellebecq; 6) A História de Uma Serva de Margaret Atwood.

No outro dia, li uma critica ao Os 100, onde dizia que a série era muito melhor que o livro e que não valia a pena ler. Eu nunca vi a série mas esta colecção é fantástica e tenho sérias dúvidas que uma série de televisão consiga captar toda a magia do imaginário deste universo descrito por Kass Morgan. Esta seleção engloba clássicos como A Quinta dos Animais ou o Ensaio Sobre a Cegueira e, ao mesmo tempo, e num outro patamar, livros do género fantástico distópico (se calhar acabei de inventar esta expressão).


7) A Quinta dos Animais de George Orwell; 8) Os 100 de Kass Morgan; 9) Gravar as Marcas de Veronica Roth; 10) As Primeiras Quinze Vidas de Harry August de Claire North; 11) Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago; 12) Dois Anos, Oito Meses e Vinte e Oito Noites de Salman Rushdie.

Gosto, gosto, gosto de receber sugestões porque uma pessoa não encerra em si todo o conhecimento do mundo. Se tiverem dicas, recomendações ou livros que vos marcaram de uma forma especial, enviem-me por comentário ou email 🙂

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