A três meses de fazer (o terror!) 30 anos, fiz um flashback dos últimos anos. Há 10 anos atrás acreditava que, aos 30, já estaria casada. Já estaria no emprego certo. Talvez já tivesse filhos. Já seria financeiramente independente. Teria uma casa própria. E já saberia o que queria fazer da vida. Na verdade, não sei nada disso nem fiz nada daquilo que, na altura, acreditava que ia estar a fazer. Mas quando olho para o meu eu de hoje e o meu eu de 20 anos, consigo ver duas Helenas completamente diferentes. Aos 20 anos, acreditava que para ser sexy tinha de vestir mini-saias, usar saltos com 20 centímetros e decotes até ao umbigo. Nessa altura, podiam ver-me no Tamariz ao sábado à noite como numa gala da Casa dos Segredos. Aos 20 anos, ria-me com SMS que terminavam em “bjinhux“, aceitava estar em relações de fim-de-semana e era insegura o suficiente para acreditar que um tipo estava realmeeeeente com muito trabalho e era por isso que não tinha tempo para estar comigo.
Por isso, sim, uma mulher de 20 não chega nem de perto aos calcanhares de uma trintona. Enquanto aos 20 temos aquela imaturidade típica de quem quer agradar, aos 30 somos mais interessantes, sedutoras e já passámos a fase de sentir vergonha ou de não sabermos o que queremos na cama. Aos 30, conseguimos combinar um corpo de 20 com uma cabeça de 30 e a maturidade de 40. Dito isto, eis porque razão as mulheres de 20 devem aprender com as de 30 e porque os homens devem apostar em relações connosco, as trintonas:
Temos a nossa própria vida E isso significa que temos a nossa carreira, os nossos hobbies, os nossos amigos, o nosso dinheiro, o nosso carro, a nossa casa. A nossa vida continua quando um homem não está por perto e não acaba se ele decide saltar fora do barco. Não precisamos de um homem para sair, para nos divertirmos, para sabermos o que fazer e muito menos para sermos felizes. E porque sabemos fazer tudo sozinhas, também gostamos que um homem nos impressione de quando em vez.
Conhecemos o nosso próprio corpo Já tivemos outras relações, já saltámos por one-night stands, já passámos por vergonhas e já nos olhámos ao espelho mais vezes do que aquelas que queremos admitir. Por isso, sabemos conviver muito bem com o nosso corpo e não vivemos cheias de pudores porque um homem vai estar a reparar na nossa celulite enquanto nos despimos à sua frente. Sabemos valorizar os nossos pontos fortes, sabemos o que queremos e não temos vergonha de pedir aquilo que gostamos.
Temos opinião própria Não deixamos de viver a nossa vida para passar a viver a vida de um homem. Não deixamos de ser do Benfica porque ele é do Sporting. Não deixamos de ouvir jazz porque ele gosta de house. Não deixamos de ir ao cinema porque ele quer ir ao Lux. Não deixamos de fazer as nossas coisas para passarmos, literalmente, a fazer as coisas que um homem faz. E nada é pior do que uma mulher que não tem opinião e gosto próprio.
Somos bem resolvidas Já sabemos o que queremos e o que não queremos. Falo de maneira geral, é claro, mas aos 30 anos a maioria das mulheres já está emocionalmente bem resolvida. Não andamos em lenga-lengas, não temos tempo a perder com um homem que não nos interessa e não nos relacionamos porque precisamos de um homem mas sim porque queremos um homem.
Sabemos estar confortáveis connosco próprias Esta não é a nossa primeira rodada. E isto significa que quando saímos com um homem e os seus amigos ou colegas ou vamos a um evento com ele, não precisamos que nos dê atenção constante. Sabemos conversar com outras pessoas ou, à falta de disso, sabemos estar serenas enquanto um homem dá atenção a outrem que não nós. E ao contrário das raparigas de 20 anos, não lançamos olhares psicopatas às ex-namoradas. Na verdade, o mais certo é tornarmo-nos amigas delas.
Não temos paciência para discussões As mulheres gostam de discutir as relações, eu sei. Mas aos 20 anos, lembro-me que o fazia por tudo e por nada e esgotei até os homens mais pacientes. Aos 30, já não lutamos por ter a razão. Na verdade, lutamos é por manter a paz e já não nos preocupamos em discutir quem tem de ceder, quem tem de mostrar sentimentos ou quem tem de fazer mais disto ou daquilo.
Não temos paciência para jogos Se não queremos responder a uma mensagem, não respondemos. Não o fazemos com qualquer tipo de teatro subliminar por trás. Aos 30 as mulheres são mais directas, mais honestas e deixámos de ser neuróticas a colocar tudo em causa e a analisar cada diálogo. Porque é que não ligaste? Onde é que estavas? Mandei-te uma mensagem e não respondeste. Gostas mesmo de mim? Este é o tipo de coisas que dificilmente se vai ouvir de uma trintona.
Não andamos em rebanho Nos meus 20 anos, lembro-me perfeitamente de enviar uma mensagem igual para 10 amigas a analisar as situações ao pormenor: o que um homem me tinha dito, o que eu tinha respondido e o que elas achavam que isso significava. E isto é provavelmente um dos maiores turn off que se pode dar a um homem. Aos 30 somos independentes, não nos preocupamos minimamente com o que os nossos amigos vão pensar das nossas escolhas e – óbvio – não precisamos da sua aprovação para viver a nossa vida.
Queremos estar sempre bem mas não perdemos tempo com merdas Como é que uma mulher pode querer viver um beijo debaixo de chuva se vai estar preocupada com a humidade no cabelo? Aos 20, planeamos tudo ao pormenor e deixamos de viver certas coisas porque não esticámos o cabelo, porque não vestimos aquelas cuecas de renda vermelhas especiais, porque não queremos que um homem veja a nossa celulite… Aos 30 já ultrapassámos esses dramas e sabemos que um homem não só não vai ligar para nada disso como vai adorar dançar connosco no meio da sala… nuas.
Não precisamos de um homem; queremos um homem! Aos 30 já passámos provavelmente por paixões de caixão à cova, já fomos abandonadas, traídas, enganadas e enroladas para saber que podemos lidar com praticamente tudo. Por isso, já sabemos estar bem connosco próprias. Não nos importamos de ir ao cinema sozinhas, de jantarmos sozinhas na companhia de um livro, de viajar sozinhas e até de passar férias sozinhas. Adoramos a companhia de um homem, é claro. Mas não precisamos dela.
Já temos a nossa identidade Não procuramos que um homem consiga, ou não, proporcionar-nos uma vida, uma identidade, bem-estar e um futuro. Aos 30 anos já sabemos quem somos e o que queremos fazer. E se aparecer alguém com quem partilhar isso, óptimo.
Sabemos como lidar com as relações Já tivemos relações, affairs, casos e one-night stands suficientes para descobrimos, por tentativa e erro, o que fazer e não fazer. Isso significa relações mais autênticas, leves e sem dramas. Tal como nós gostamos de tempo para fazer compras, ir ao ginásio e tomar brunch com as amigas, sabemos que os homens precisam de noites para ir para os copos, jogar futebol ou poker. Além disso, ao contrário das mulheres de 20, sabemos qual é o timing certo para falar e engolir sapos quando assim tem de ser. Dificilmente uma mulher de 30 vai fazer escândalos em frente aos amigos. Guardamos rancores por 10 anos, é verdade, e nunca nos esquecemos do que fazem, mas já não temos paciência para os estar a cobrar uma eternidade depois.
E por último, toda a gente sabe que, aos 30, as mulheres atingem o pico da sua sensualidade e beleza 😉
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